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domingo, outubro 17, 2010

A INTRODUÇÃO DE PORTAGENS NO NORTE DE PORTUGAL – A REVOLTA GALEGA


Com a decisão do governo socialista em aumentar a carga fiscal e as receitas do Estado, a circulação rodoviária entre Portugal e Galiza sofreu logo um acentuado decréscimo.
 
Iniciado o processo nos começos do ano, cuja a intenção seria apenas para as SCUT´s do Grande Porto com o argumento que essa região já tinha alcançado a média do PIB nacional.
 
Perante este propósito que ontem foi consumado, o maior partido da oposição obrigou então o governo a estender a sua resolução também para as regiões economicamente mais deprimidas. Nada escapa!!!
 
Ontem, a TV Galicia (TVG) para assinalar o facto fez uma reportagem em directo desde Vila Nova da Cerveira a dar conta da redução de tráfego e a prognosticar as consequências para a economia galega.
 
Hoje, dia 16 de Outubro, o maior jornal da Galiza, “La Voz de Galicia”, que curiosamente é escrito em castelhano faz um grande destaque de primeira página a esta notícia, com os depoimentos dos condutores galegos que se queixam da operacionalidade do sistema de cobranças para estrangeiros que obriga estes a comprar o sistema electrónico com um carregamento mínimo.
 
Depois de ser criada a maior região territorial europeia que englobará o Norte de Portugal, a Galiza e Castilla y Leon com uma população de cerca de 10 milhões de pessoas, a implementação desta medida por Lisboa é vista com estupefacção pelos meios políticos, económicos e sobretudo turísticos, pois este ano celebra-se o ano santo do Xacobeo que tem tido a presença considerável de milhares de visitantes portugueses, que aliás segundo as estatísticas é o maior parceiro comercial da região autonómica.
 
Agora para o trajecto entre Viana do Castelo e o Porto que distam apenas 76 quilómetros, o utente tem que desembolsar exorbitância de 77 euros, o que é um sério entrave ao desenvolvimento comercial entre as duas regiões ibéricas.
 
Muito difundida as críticas pelos meios de comunicação social e políticos, onde se inclui o antigo Presidente da Xunta da Galiza, Emílio Touriño que também desaprovava a decisão portuguesa de suspender a ligação Porto-Vigo por comboio de alta velocidade está a criar um grande mal-estar por aquelas hostes.
 
De facto é verdade, e acima de tudo trata-se de uma falta de senso e uma grande camada de hipocrisia, pois como se pode fomentar a exportação e a cooperação transfronteiriça com estas barreiras artificiais.
 
A ânsia de captação de receitas para um Estado despesista que agora inclui uma taxa de IVA de 23% digna de um país nórdico, sinónimo de organização e que fomenta o bem-estar social é no mínimo sórdida.
 
Para além do aumento da carga fiscal, os cidadãos e os trabalhadores dessas regiões, e das outras localidades que virão ter portagens, e sem recurso digno a alternativas para aqueles que apenas querem trabalhar e ajudar o país a desenvolver têm como castigo pagar mais imposto.
 
Com a arrecadação de tantas receitas pela via directa e indirecta, mas com uma distribuição deveras injusta, os sucessivos governos que apesar da sua alternância têm a mesmíssima politica que é dirigir muito mal a nação, ao sabor das suas conveniências, e sem o mínimo rigor económico e de Estado.

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