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sexta-feira, dezembro 10, 2010

PASSEIOS EM NOVA IORQUE

A denominada “cidade que nunca dorme” vai para além das visões cinematográficas a que fomos habituados. Nova Iorque é mais do que qualquer olhar que possamos dar, tal é a sua capacidade de resposta à diversidade.

Nova Iorque pode ser considerada a cidade mais multicultural do mundo. Desde a altura em que era uma colónia, que atrai imigrantes de vários continentes, o que lhe foi concedendo uma composição populacional muito diversificada, espelhando-se numa vida muito própria.

Na descoberta da cidade, encontramos uma série de bairros étnicos, mas também a possibilidade de desfrutar de um espaço totalmente cosmopolita nova-iorquino ao lado de um restaurante coreano, seguido de um italiano. Esta capacidade de resposta diversificada sente-se não só nesta junção de diversos mundos culturais, mas também na integração de espaços verdes num espaço, tendencialmente, urbano.

Além do Central Park, numa visita pela cidade, encontramos pequenos jardins perto de zonas residenciais ou espaços criados em que as pessoas podem usufruir de algum tempo livre. É o caso do “High Line Walk”, no Meatpacking District, que atravessa alguns quarteirões da cidade, criando quase a ideia de um jardim elevado, com alguns espaços para as pessoas pararem, conversarem, lerem, com janelas que criam paisagens construídas pelas ruas paralelas. Esta ideia de proporcionar lazer e bem-estar, permite a uma cidade enorme, respirar. O Central Park é o mais escolhido, tanto pelos habitantes, como pelos turistas. Este é o local predilecto para passear, praticar desportos, fazer piqueniques e apanhar sol, sendo um parque cheio de vida, principalmente nas estações estivais.

A Nova Iorque de hoje é a junção de diversas comunidades - Queens, Bronx, Brooklyn e Staten Island foram fundidas com a Ilha de Manhattan, em 1898. As cinco cidades foram, na altura, ligadas através de pontes, como é o caso da ponte de Brooklyn, cuja travessia, a pé, acaba por ser uma opção para os turistas, principalmente no Verão. Contudo, Manhattan continua a ser o centro de Nova Iorque, onde a aposta no turismo é avassaladora.

Para muitos, a cidade de Nova Iorque é “sinónimo” de “shopping”. O apelo ao consumo é bastante intenso, mas, de facto, a cidade não se resume a isto, mesmo que seja aqui que se ditam as modas. Até nisso há diversidade: a loja da Prada é um dos sítios mais visitados pelos turistas, na Prince Street. Esta loja foi desenhada por Rem Koolhaas, autor também da Casa da Música, no Porto, sendo comum encontrar lojas desenhadas por arquitectos. O Soho é dos locais mais “trendy” actualmente, mas a escolha pode passar também pela Broadway, mais comercial, ou ainda pela Fifth Avenue, numa versão mais sofisticada.

Por outro lado, Nova Iorque é um dos maiores centros culturais do mundo. Dança, teatro, artes plásticas, música - a oferta é imensa. A cidade é a origem de muitos estilos, nomeadamente na música. Aqui encontramos salas emblemáticas, como o Carneggie Hall, com óptima acústica.

Muitos artistas vivem em Nova Iorque. Em cada esquina encontramos um ateliê ou uma galeria de arte. Mas para arte exposta em grandes espaços museológicos, a resposta é o Metropolitan Museum of Art, com mais de dois milhões de obras, parecendo que entrámos num livro de história de arte, ou o Moma e o Guggenheim, especializados numa estética moderna. As livrarias obrigatórias são a Barnes & Noble, na Fifth Avenue, e a Strand Bookstore, para livros usados.

Muitos turistas procuram também o desporto. Aqui dominam o basebol, o basket e o ténis, com a realização do US Open, um dos maiores torneios a nível mundial.

Em Manhattan situa-se o centro económico da cidade, é onde encontramos a Nova Iorque do cinema e do turismo: Wall Street e o Empire State Building estão na lista de locais imperdíveis para quem visita a cidade pela primeira vez. Para quem a visita regularmente, poderá adoptar a cultura de andar a pé, muitas vezes a opção mais escolhida pelos nova-iorquinos. Ao caminhar pelas ruas, encontram-se muitas vezes novos lugares, até porque a ideia de sair é um dos hábitos mais delineados dos locais, mesmo que os espaços trendy mudem rapidamente.

Nova Iorque não é só uma cidade de modas, é um local de misturas, de vanguarda sofisticado. A lista de sítios a visitar é interminável, ganha-se mais em andar à deriva pela cidade e respirar tudo aquilo que tem para nos oferecer, pois a cidade nunca dorme, mantendo uma energia constante. Com sorte encontram-se projecções nas paredes do museu, vistas do jardim do MoMA, em iniciativas de arte pública, cada vez mais constantes na cidade.

Ana Maria, Jornalista

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